quinta-feira, 6 de fevereiro de 2014

Mesa posta.


A fome é quem põe o prato...

Búfalos

(Charge por Marcelo Grassmann)

Tal como o búfalo da Lispector, era preciso encontrar o animal interno que inspirasse o ódio,
esse que ao contrário das regras não me era nato.
Sim, ódio e não indiferença, afinal era tudo carne fresca.
Talvez já devesse ser adubo, mas era a mais pura carne cheia de vida e força,
por sua teimosia própria.
Era.


quinta-feira, 25 de abril de 2013

A poesia dos dias




A poesia é amiga das incertezas

Sôfrega e talvez suave, 
baldia, ainda que se espere dela

Raiana Reis

terça-feira, 10 de julho de 2012

segunda-feira, 9 de abril de 2012

Transladar



Entre linhas
traduções,
a tua língua
o meu tropeço.

Transgredir,
desejar,
muito
além
de um só

contexto...


Raiana Reis


quarta-feira, 28 de março de 2012

Millôr

"Sim, do mundo nada se leva. Mas é formidável ter uma porção de coisas a que dizer adeus."
[Millôr Fernandes]



Como uma vírgula abandonada no meio da página,
Hoje pausam suas letras...
de humor,
crítica,
contos,
crônicas,
poesias,
as cores e traços...
de gente.
De genialidade.
Uma saudade agora ocupa espaço dos olhos incrivelmente abertos para o simples viver.
As fotografias de mundo deste imortal e indescritível Millôr Fernandes seguem a nos fazer companhia.
Ao mestre, a homenagem.




domingo, 26 de fevereiro de 2012

Leme


Sem certezas matemáticas quando os ventos ditam a trajetória,
ou comanda o leme, ou reza pra não naufragar.

sexta-feira, 11 de novembro de 2011

De novo, novembro


Quando se vê primaveras?
Quando os ponteiros avisam o que já é recuerdo, outro calendário, nova estação?
O tempo às vezes menino, atrevido e implacável, mas nunca exato.
O tempo sempre tão sábio, prudente e eficaz, mas também efêmero.
Já era reveillon, antes que chegasse o rubro natal.
Era novembro, mas já era um novo. De novo, um outro novembro.
Novembro pra falar de um ano, novembro pra falar de mares,
cores,
rios,
pedras,
aires.
Novembro pra voltar saturno,
Para assustar os números.
Novembro pra cantar saudade.
Saudade que tem plural sem que acrescentem esses.
Já era novembro
E tudo que viria era novo, outra vez...

segunda-feira, 10 de outubro de 2011

Subtexto


Diagramas desencontrados não são manuais de instrução. Não estão para ser mapa.
Talvez uma reza, um sussurro, um flash do que já não é retrato.
Talvez uma súplica, uma entrega, uma porta ao que já não é caminho.

Às vezes mais leve do que o que sopra, ou o sonho mais bonito da estátua.  
Às vezes esfinge devorada do próprio enigma.
Para esquecer dicionários não importa a língua.  A mudez é o susto mais transparente da palavra. 

Raiana Reis


terça-feira, 4 de outubro de 2011

Mais, que o mesmo



Quero
Qualquer coisa que seja
Mais sorrisos que "Bom dia",
Mais cumplicidade que atenção,
Mais mãos dadas que boa sorte.


Raiana Reis

domingo, 28 de agosto de 2011

Adentro



Quando da janela se vê nublado, por dentro ainda pode ser mais bonito.

domingo, 21 de agosto de 2011

Maracujás na Calçada





No nordeste quase sempre é estação, até parece  moda, mas é fruta. 
Do tupi que origina o nome, é aquele que serve, como cuia pra saciar a sede. 
Planta rasteira, trepa onde lhe estendam galhos. 
Se ela diz que a acalma, nele, seu cítrico acelera. Mas disto não fariam a guerra dos sexos - ou talvez ao pé da letra -  pois sobre todos os sentidos, perdê-los é a especialidade humana.
E se para ela é o cheiro que traz o gosto, 

é na ponta da língua que ele comprova o doce.


Raiana Reis

terça-feira, 26 de julho de 2011

Armapoesía


El mágico juego de las pasiones es el abusrdo de soñar despierto. -  
Raiana Reis



Quando as linhas secam, elas ainda se encaixam... Poesia soltas aos pedaços.

- Palavras imantadas em espanhol para formar poesias. Armapoesía de 400 peças comprado no museu MALBA em Buenos Aires. www.armapoesia.com.ar

sexta-feira, 15 de abril de 2011

Friday

Esse carnaval em ser feliz apenas quando 'finde', ainda desbotará os outros dias...

quarta-feira, 6 de abril de 2011

Portrait

Foto: Arquivo pessoal.

Porta retratos para lugares que já não me pedem pra ficar,
escova de dentes são descartáveis sem seus donos.

Doação para roupas velhas, ginástica para as desejáveis.
Livros sobre a cabeceira, roteiros tracejados em pensamentos trópicos.

Da lua o ciclo,
mares que  levem os sais
à estrela - raios nascentes.

Raiana Reis


Plenilunar



Nos silêncios destas ruas cálidas,
no breu dos movimentos sôfregos,
no conta-gotas de uma alvorada
eu me encontro

Crua
pura
e inteira
como renascida.


Não ao exceder na noite
ébrios desejos como vestes de trapos marginais

Não em palidez oposta
franzida e recusa
frente aos raios diurnos

Mas ao frescor orvalhado
que exaure - dela
o poder batismal

Plena - em lua
Em lua - plena

Raiana Reis

domingo, 20 de março de 2011

Deixa


Deixa acabar
Deixa escoar os amores mesmo que ainda exista o líquido sabor dos beijos.
Ainda que o peito aqueça na falta dos nossos plurais.
Deixa que os ventos transportem as sementes da finda história para o amanhã.
Deixa-se levar na ciranda das músicas recordando o velho filme com mais sorrisos
que sal na boca.
Deixa ecoar o eu te amo nos gestos que pediam as reticências...


a última bolacha do pacote sempre foi a mais difícil.
Raiana Reis

quarta-feira, 16 de março de 2011

Rascunhos

As diversas linhas figuram em rascunhadas sensações.
Silêncios substituem palavras quando não encontram espaço ou forma à sua entrega.



sábado, 26 de fevereiro de 2011

Sorrisos amanhecidos


Ao raiar do sol 
sincero olhar afaga a chama 
a começar em novo baile...

sábado, 12 de fevereiro de 2011

No silêncio das linhas transbordam as sensações,
 mais do que palavras...



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