Não tema as palavras
Exporam-se em tuas mãos
Sem o cobertor subentendido
Vestes caídas no invisível
Segredos do coração
Nas meias palavras
Levam a sinceridade sorrindo
Verdade inculta no poema
No olhar não faço cena
Pedaço cedido
Não trema em palavras
Não entendas mal
Evito óculos escuros
Arrisco o inseguro
Paredes sem cimento e cal
No trem há palavras
Pedaço que já era teu
Amanhecer na espera
Apenas uma entrega
Reflexo em que desnuda o eu
Não ter mais palavras
Como justificar além do olhar
Desculpe o erro
É apenas o jeito
Mania em não calar
Não tens palavras
Sou pequena quando calas
Sou a amiga sem resposta
No vazio que não te importa
Culpo as minhas falas
Não tenho palavras
Deixo agora meus versos ao vento
Em um silêncio que também é meu
Deixo agora meus versos ao vento
Em um silêncio que também sou eu
Raiana Reis