quinta-feira, 17 de dezembro de 2009

reComeço





     Agora que secou o rosto ela olha pra dentro... sabe que é hora de virar mulher, aquietar as teimosias, esquecer os passos em falso e recomeçar...
      Ela sente a urgência de reinventar o futuro breve que imaginava... Breve, pois não sabe se é defeito, mas não gosta de dias tão planejados, matemáticas nunca foi seu forte, desejos tem aos montes, mas vai montando um de cada vez, num quase improviso diário.
      Ter desejos contrariados não é nada fácil, os resultados ficam à mostra, como carão de mãe, repetindo mil vezes o seu erro cometido... Mas não há ninguém melhor que ela, com seus sonhos adiados, pra culpar-se nessa soma. Ainda que recorde suas dores e as areias movediças, sabe-se senhora de seus resultados.
      Quando se sentiu pequena e frágil, desconsolada pelo trem perdido, sabia todas as razões do seu atraso, sabia que inundar seu dia não seria solução, sabia que deveria "conformar-se"... Ela sabe, nós sabemos... mas no momento da turbulência o difícil é a travessia...
   Até o renovo, até as rotas entrarem em eixo, não é conformismo que a acalma... É preciso se reconstruir por dentro...

Raiana Reis

quarta-feira, 16 de dezembro de 2009

Receita


Ainda que não existam fórmulas:
Gosto do sorriso largo, olhos intencionais, pensamentos múltiplos e corações transparentes...
Só não use máscaras de papel. Tenho seis sentidos, sete vidas e uma bola de cristal.


Raiana Reis

sábado, 28 de novembro de 2009

Hoje


Que mesmo não sendo lúcido me seja lícito...
Uma brisa que me traga o frescor do início,
E que eu me refaça e desfaça constantemente
Assim como as ondas que me lambem as pernas...

Raiana Reis

segunda-feira, 23 de novembro de 2009

Arrepio?


Fazia a falta impercebida,


Como o arrepio que se sente sem o toque.


Sem avisos ou porquês...



Raiana Reis

segunda-feira, 2 de novembro de 2009

Momentos



Ela o olhava com a cumplicidade de quem já conhecia os seus recados...

O seu ir e vir representava as renovações contínuas...

Constantes e distintas em cada sopro...

Aquela voz rouca ecoava a dizer-lhe:

“ - Da matéria com que constróis já sabes que não se sustenta...”

E a menina insistia pela beleza do momento...

Um dia usará tijolos!

Raiana Reis

sexta-feira, 30 de outubro de 2009

Para os sorrisos...




Às vezes ela alimentava as pequenas mentiras que ouvia...
Igual fazia nos domingos de sua infância aos peixes no lago do parque,
surgindo para o seu olhar furtivo.
Ela sabia o que os atraiam e assim não era ilusão - Certos momentos são para ocupar o espaço e provocar sorrisos...
Nem tudo nos exige razão.

Raiana Reis

quarta-feira, 21 de outubro de 2009

Efeito




Às vezes engulo sem sentir o sabor,
pra fingir que não era amargo...
O efeito sempre vem depois.

Raiana Reis

quinta-feira, 15 de outubro de 2009

Sobriedades





Reconstruir as incertezas às vezes é o melhor remédio...
Sobriedade também cansa, é preciso embriagar-se de vida!
                                                                                        
                                                                               Raiana Reis

quarta-feira, 16 de setembro de 2009

insPiração



Porque às vezes falta insPiração? - 
Há que se deixar levar pela loucura diária para mergulhar nas letras. 


Raiana Reis

domingo, 30 de agosto de 2009

A romântica


ela num tal jeito feminino costumava usar saias ou vestidos,


não por se achar princesa


mas por parecer com o sorriso que levava n’alma


e assim nomeavam de romântica a mulher sem calças...


Raiana Reis

Sonhos




Os versos mais bonitos não são pintados na folha branca e fria.
Feche os olhos...
E leia a poesia contida nos pensamentos que vagueiam pra longe de si...
Com os olhos abertos por vezes crio histórias melhores que contos de fadas,
fechados eles se antecipam!

Raiana Reis

domingo, 9 de agosto de 2009

sábado, 1 de agosto de 2009




A saudade é fita métrica do quanto se quer bem...


Raiana Reis

Palavras



Não tema as palavras

Exporam-se em tuas mãos
Sem o cobertor subentendido
Vestes caídas no invisível
Segredos do coração

Nas meias palavras

Levam a sinceridade sorrindo
Verdade inculta no poema
No olhar não faço cena
Pedaço cedido

Não trema em palavras

Não entendas mal
Evito óculos escuros
Arrisco o inseguro
Paredes sem cimento e cal

No trem há palavras

Pedaço que já era teu
Amanhecer na espera
Apenas uma entrega
Reflexo em que desnuda o eu

Não ter mais palavras

Como justificar além do olhar
Desculpe o erro
É apenas o jeito
Mania em não calar

Não tens palavras

Sou pequena quando calas
Sou a amiga sem resposta
No vazio que não te importa
Culpo as minhas falas

Não tenho palavras

Deixo agora meus versos ao vento
Em um silêncio que também é meu
Deixo agora meus versos ao vento
Em um silêncio que também sou eu

Raiana Reis

sexta-feira, 24 de julho de 2009

Se...?!


Entre a incerteza e a tentativa, meus sentimentos sempre estarão confessos...

Sinto o quanto as respostas me saciam a sede, me dão o fôlego, permitem um sono mais tranquilo, me tornam completa por não preferir a dúvida, a incerteza, o quase, o talvez...
Conjunções condicionais, pretéritos imperfeitos, um futuro com o tal gosto do pretérito? Decididamente "essa gramática" me inquieta...

Há o tempo ideal pra cada palavra, cada escolha, cada atitude confessa e transparente? Sim, não duvido... Mas também não jogo para o tempo a culpa da hesitação, do passo para trás, das possibilidades soltas ao acaso, da realidade sempre coberta na neblina.

Muitos preferem a ilusão do “talvez”, a suposição do “se” e a conclusão do “quase”. Praticamente colecionam universos paralelos pela resistência ao “tentar”.
Não consigo... Ao menos não por muito tempo... Prefiro a entrega e transparência, a sinceridade sem disfarces, os efeitos colaterais de uma dolorosa desilusão ou a muda incompreensão, que a constante presença do provável indefinido.

Não digo que é o caminho mais fácil, os atalhos levam para uma verdade aparentemente indiscutível, ganha-se o bônus da vida real e perde-se a figurada. Mas quem disse que a vida não é melhor que um conto de fadas? No fim do seu arco-íris pode ter o pote de ouro que você nunca acreditou, só existe coragem quando se supera o medo. A fé move montanhas, mas é o passo à frente que nos leva até elas.
Raiana Reis

quarta-feira, 22 de julho de 2009

Inquietudes



Sinto por tantas vezes a inquietude da noite, uma sensibilidade sem nome, um desejo de passarinho com asa quebrada...
Desejo de voar além!
Vejo minha mãe dormindo e meus olhos a abraçam como a menina que acorda na madrugada. Pareço dizer que a amo com um gosto antecipado da despedida já esperada.
As horas findam e grita a minha vontade de beber a vida...
Sono,cansaço... Para quê?!
Porque um tempo que se esvai se a sede não seca em mim?
Quero viver a paixão dos horizontes ainda não trilhados
quero!
quero meus sonhos em uma realidade palpável
quero viver mais!
Quero meu reflexo antigo, quero a força pra rugir mais que o leão do dia
Não quero ser o poste no calçadão tumultuado
Preciso ser protagonista da história que ‘inda não foi escrita
Quero um prazer maior que brigadeiro de panela
Acompanhar os passarinhos ao nascer do dia, correr o mundo além da imaginação
Ser mais forte que a corrente que nos leva
E não morrer, mas amanhecer na praia!

domingo, 5 de julho de 2009

Ela sonhara...





Adormecia... Entre livros e papéis de estudo.
No breve tempo que lhe coube o sono, assim como uma realidade paralela, por surpresa foi levada à companhia de quem em segredo desejava estar.
Estava diante daquele que faz seu coração pulsar numa doçura diferente...
Não parecia um sonho, pois sequer era um momento inatingível, mas a mensagem que o momento trouxera dava sabores de esperança àquele coração que já desistia de sonhar...
Aqueles olhos castanhos pareciam enviar-lhe um carinho, diziam-lhe que saudade sentiu.
E talvez como um gesto subentendido, ele ofereceu-lhe uma canção de melodia suave e de letra apaixonante...
- Ela queria acreditar que suas sensações não eram ilusórias, pois ele nada declarava...
- Ela queria ser a inspiração para aquelas composições... Queria que esse sentimento tão puro fosse correspondido, mas sentia-se amiga da ilusão.
Não que gostasse de alimentar um sonho impossível, mas sempre que buscava apenas a razão, ao encontrar aqueles olhos infinitos ou simplesmente na troca das palavras amigas...
Sentia um 'não sei porque' de amor sincero, que despertava involuntariamente...
O sonho fora breve, mas ao acordar sentia no peito um ritmo saudoso, uma saudade daquele que sequer ainda esteve ao seu lado, mas que cada parte de sua essência fora responsável por esse puro sentimento,
Que ela pouco sabia disfarçar!

sexta-feira, 5 de junho de 2009

Quisera contar...


Quisera contar o que vejo nos teus olhos

Muito mais do que possas imaginar

Mais do que eu possa!


Quisera te sentir mais perto

Ao menos como já foste um dia

Na memória as trêmulas e suadas mãos

Ao ver que eu sorria


Quisera contar o que vejo nestes olhos teus

Sentimento nada fugaz

Presente só dado por Deus


Quisera contar o que meu segredo traz

Nas sementes dos teus olhos

Encontro eu a minha paz


Hoje eu sem defesa

Dos sonhos rotos ao chão

Não me sinto a que desejas

Já não me estendes as mãos


Ah!Pudera a este coração sonhador

Imaginar que já era meu

O teu futuro amor


Quem dera estivesse eu em seu horizonte

E no brilho dos meus olhos

Pecebesses mais que ontem...


Raiana Reis





segunda-feira, 25 de maio de 2009

Fez-se quimera





Um dia encontrei nas palavras
Muito mais do que elas podem figurar
Levaram-me para um horizonte distante
Um caminho translunar

Se não devo falar de amor
Entrego ao menos aos versos
Pedaços de um sonho bom
Quando te senti por perto

Sonhei que estava em seu pensar
Fez-se quimera
Tentativas de te decifrar
Ah, quem dera!

Hoje sei que fui além
Não puderam ser os meus
Nem o riso nem os olhos
Destes sonhos teus...


Raiana Reis

quinta-feira, 9 de abril de 2009

Apenas rabisco...



Não quero ser poeta, apenas amante
Não conto sílabas, não faço métricas
Não enriqueço frases com palavras distantes

Meu texto não será maior que os sentimentos
Meu ritmo não obrigará o amor á dor
Figuro apenas nas palavras meus pensamentos

Tenho um eu lírico egoísta e confesso
São as minhas alegrias, dores ou desejos
Faço num desabafo e nada peço

Quando escrevo... sou eu na lua!
Prefiro a noite, o lápis e o papel
Cubro-me com palavras e deixo a alma nua

Cada palavra é uma intenção
Figurada, subentendida ou declarada
Ditas só para mim, ou a outro coração


Raiana Reis

segunda-feira, 30 de março de 2009

Inexplicável Sensação

Como domar uma inexplicável sensação?
Encontro repentino
Navio sem rota
Sintonia descoberta ou ilusão?

Ah, quisera saber os porquês
Dias que terminam e começam comigo tão distante
Longe de mim
Perto de você

Já não sei como conter
Quando o sorriso brota
Ou ao buscar as horas
Para mais te conhecer

Qual seria a melhor explicação?
Carências afetivas
Ímãs do acaso
Pergunta ainda sem definição.


Raiana Reis

domingo, 29 de março de 2009

Reticências ou exclamações?


Qual o texto melhor pra me conduzir?

Aquele que hesita, esconde, omite e cala?

Ou as frases ditas, claras e completas?

Semelhanças e oposições

Vias paralelas
Vertentes opostas que me despertam
Dado ao presente das surpresas descobertas
Divido-me entre o subjetivo e o concreto

Reticências ou exclamações

Aspectos adversos, semelhantes reações

Hoje um lado daquilo a sonhar

E outro do que faz falta ouvir

Suscetíveis ao mistério

O que há de vir? Só amanhã dirá!


(As reticências estão implícitas)

Raiana Reis

domingo, 15 de março de 2009

Más que un sueño tal vez...




Ayer te encontré

Sin espera, sin plan

Ofreciéndome todo lo que me falta hoy y quizá mañana

Las palabras dichas en el silencio de una mirada

Fue como si todo se parase a mí alrededor

Una lágrima envuelta en magia…

¡El amor confeso en un beso!

La respuesta que nuestros corazones anhelaban

Se hizo primavera, arco iris y lluvia de verano

La sonrisa se volvía en el alma

Deseos del corazón…

Felicidad gritaba agradecimiento

Yo no era la misma

Todo se puso a cambiar

Mitad completa

Verdad existente, amor posible

Pasión revelada

Sí, ayer te encontré

¡Aunque el despertador me diga que NO!


Raiana Reis


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