Ávidos pelo gigante portão de mundo que se anuncia, eles carregam mais que cadernos nas mochilas, um baú de desejos irrequietos, os olhos cativos aos que os vêem na singularidade, alguns embriões de sonhos e dois potes inteiros de terra fértil, por vezes esparramada no caminho.
Adentro daqueles inquietos passos e olhares distraídos, levam uma fome ignorada, árvores de costumes pelas costas, carregando o peso que aos olhos apressados passa despercebido.
Impõem-se na aridez camuflada, como armadura desejosa de um igual respeito. Em seu pequeno histórico tantas casas já lhes foram demolidas, que a ansiada viagem da sabedoria impressa, por vezes lhes parece um luxo descabido, quando não se tem morada ao retornar.
Não estão suas histórias exatas como na aritimética, não estão a espera de esmolas distorcidas, mas apenas o abandono dos fingidos óculos escuros, usando não de uma sabedoria hipócrita, mas carecem de mãos unidas para construir alicerces.
Raiana Reis
Raiana Reis
2 comentários:
Si, si, maestra. Este seu olhar sensível para com as crianças e a educação faz muita falta.
Quisera eu não endurecer. O sistema está me cansando, me rendendo. Sei que as crianças e jovens também estão cansando do que está dentro daqueles opressores muros...
Quién sabe? Espero que ainda consiga perceber o brilho nos olhos e seguir em frente, contra o sistema ( parece coisa de anarquista revoltadinho, né? rs)
Bj, moça!
E os olhos calejados não conseguem ver; Os que vêem, viram a cara.
E agora?!
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