Então Deus, por que não combinamos assim? - Leva essa habilidade estranha da leitura dos pequenos gestos, essa que de tão intrínseca torna nítido o jogo dos sete erros e me fala tão mais alto do que as palavras escondem. Quem sabe apenas por uns dias, como viagem de férias enquanto fazemos uma reforma nos cômodos empoeirados.
Não é fácil a sensibilidade das miudezas, essa percepção das matizes diárias, um poder sortilégio involuntário, sem garantias que o valha, mas acostumado às comprovações.
Nosso grande engano é imaginar que as facilidades brotariam dos presságios antes das coroações - tolo desacerto, pois é nas conjecturas que mudamos os passos e nunca saberemos o que foi acaso.
Com o tempo aprendemos a entender as diferenças, estão nelas todo o poder da interpretação, muitas vezes apenas nossa, sem fidelidade à intenção do gesto.
Leva, por hora me desfaço dessa destreza incerta, sei que há riscos, mas deixa aqui aquela outra - a ingenuidade em acreditar de novo.
Raiana Reis
Raiana Reis
3 comentários:
Rai, tenho me identificado muito com vários textos teus. Esse então, foi fundo na minha realidade. Tua escrita, para mim, é perfeita. É como quase tocar os sentimentos. bjs e parabéns.
Muito bom texto!! :))
Vale a pena acreditar de novo?
...
Desarme-se, ok?
Permita-se.
(quem sou eu pra dizer isso, né Rai? rs)
Ah, mas não é fácil mesmo a leitura dos pequenos gestos e tampouco das miudezas.
As pessoas que tem maior sensibilidade conseguem perceber isso com muita facilidade. Mas são poucos. Muitos são, em contrário, racionais, literais demais.
Mesmo estes merecem uma nova chance.
Bj, moça.
Postar um comentário